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11/07/2012

Especialistas questionam estudo sobre contaminação por agrotóxicos

Na última terça-feira, 3 de julho, a Andef participou de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, em Brasília, convocada para debater os riscos de contaminação por agrotóxicos. A audiência foi motivada pela pesquisa feita por uma aluna da Universidade Federal de Mato Grosso, sob orientação do professor Wanderlei Pignati, sobre a presença de resíduos de agrotóxicos no leite materno. Para esclarecer a questão, a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) levou cientistas para participarem do debate. Os acadêmicos contestaram a pesquisa da Universidade, pois alegaram ser baseada em dados e métodos imprecisos, que mostram resultados 'inconclusivos e não confiáveis'. O gerente de regulamentação federal da Andef, Guilherme Guimarães, garantiu que o protocolo de uso de agrotóxicos no Brasil segue padrões internacionais. 'O Brasil usa porque é necessário, pois temos talvez a maior área agricultável tropical do mundo. Para você ter uma ideia, se a ferrugem da soja vier em uma cultura, ela pode destruir 100% caso não controlada a tempo. Em média, 40% a 45% das colheitas não são perdidas pelo uso de agrotóxico', explicou. Guimarães ressaltou que todos esses produtos são aprovados pela Anvisa e pelo Ibama. 'Então, se estiver dentro do uso correto, nós não vemos nenhum problema para a saúde ou para o meio ambiente', afirmou. O professor de Química da Universidade de São Paulo e superintendente do Instituto Brasileiro de Referência Ambiental, Eduardo Peixoto, disse ter submetido a pesquisa do UFMT ao rigor científico e detectou problemas quanto aos limites de detecção e quantificação do estudo, à validação do método e ao número de amostras analisadas. Ele sugeriu que a pesquisa seja refeita. Felix Guillermo Reyes, professor de toxicologia de alimentos do Departamento de Ciências de Alimentos da Unicamp, elogiou a pesquisa, mas também disse ter sentido falta de alguns elementos fundamentais para a validação do método científico. O pesquisador Pignati rebateu as críticas quanto à imprecisão de seu estudo, lembrando que a pesquisa teve a coordenação da Fiocruz e cita outros 15 trabalhos já realizados no Brasil e com resultados ainda mais alarmantes. Autor do requerimento para a realização do debate, o deputado Stefano Aguiar (PSC-MG) disse que a intenção do debate não era fazer uma 'caça às bruxas', mas buscar maior clareza quanto aos reais níveis de agrotóxico sobre o leite materno e outros alimentos, além de seu poder de contaminação. Os deputados Valdir Colatto (PMDB-SC) e Paulo Cesar Quartiero (DEM-RR) disseram que há exageros na pesquisa da UFMT e garantiram os agricultores brasileiros têm plena preocupação com o controle de suas lavouras sem prejudicar a saúde humana. Colatto também reclamou de demora da Anvisa na liberação do uso de novos defensivos agrícolas menos contaminantes e mais baratos para o produtor.


 Fonte: Com informações da Agência Câmara

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