Produtor ainda sofre efeito da lista da
Anvisa
Três
semanas depois de a Anvisa divulgar a lista de produtos do Para (Programa de
Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos), os produtores de hortifrútis
continuam sofrendo as consequências nos preços.
A
pesquisa mostrou o excesso ou a utilização inadequada de defensivos agrícolas
na produção de frutas e de legumes. No caso do pimentão, 92% das amostras
analisadas foram consideradas insatisfatórias.
Os
produtores sofreram tanto com a redução da demanda como com a queda de preços.
"Houve produtor que levou a mercadoria para a Ceagesp e retornou com o
produto para casa", diz Mariliza Sacrelli Soranz, presidente da Associação
de Hortifruticultores de Jarinu (SP).
Perderam
duas vezes, diz ela. Além de não conseguir vender grande parte da produção,
receberam 50% menos pelo que foi vendido.
Os
preços ainda são inferiores aos do dia da liberação da lista. O quilo do
pimentão amarelo, que estava a R$ 6,40 na primeira semana deste mês na Ceagesp,
recuou para R$ 4,70 no dia 21 e, ontem, estava a R$ 5,50.
O
problema dessas pesquisas é que generalizam tudo, diz Soranz. "Há produtor
e produtores." Os agricultores estão se profissionalizando cada vez mais e
há uma busca constante da produção com qualidade e de forma sustentável, afirma
ela.
Neste
momento, todos perdem, inclusive os que fazem a produção com responsabilidade,
afirma a presidente da associação. "Restam ao produtor os custos das
embalagens, da semente, da irrigação, do óleo diesel e do trabalho que não foi
remunerado."
Se o
governo quer realmente incentivar o pequeno produtor, deveria investir na
liberação e na adequação dos defensivos, afirma Soranz,
Os
produtores utilizam os defensivos registrados pela própria Anvisa e estão
ficando sem novas opções. O órgão governamental deveria identificar o
transgressor para que toda a cadeia não seja denegrida, diz ela.
fonte: Folha de São Paulo
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